segunda-feira, 18 de abril de 2011

Minha terra tem palmeiras...

Por meio desta, eu confesso:  Não nego minhas raízes.


                                                                 (Itamira - Bahia)




        Desde pequena moro numa cidadezinha do interior da Bahia, com aproximadamente 17.085 habitantes e área de 572 km² : Aporá.  Na verdade mesmo, moro em um distrito que pertence a Aporá, Itamira, o que é pior, porque morar em um fim de mundo já não é muito legal... Imagine morar no “fim do fim de mundo”?
        Itamira é um lugarejo situado no meio do nada, ou melhor, no meio do mato, onde simplesmente não há nada de extraordinário pra fazer. Todo mundo se conhece, e nos finais de semana e datas especiais todos se reúnem na praça principal pra jogar conversa fora e observar a vida alheia. 
        Lá, se você quiser usar o telefone celular tem que subir em alguma coisa (tipo a laje da sua casa) ou ficar feito um idiota procurando um lugar onde pega o sinal direitinho. 
Lá também não é necessário o uso da TV, rádio, jornal ou internet para uma notícia se espalhar em menos de 1 minuto. Quando o assunto é fofoca passar uma informação a comunicação em Itamira flui perfeitamente...
             Em época de eleição para prefeito, Itamira vira simplesmente O inferno. A cidade é tradicionalmente dividida em dois grupos, a opção por uma coligação política que foi passada de geração em geração vira uma espécie de ''causa nobre'' ( para não dizer o contrário) na mente retardada de boa parte da população, na medida em que o povo parece querer se matar para defender sua opção de voto considerando qualquer um que esteja do lado oposto como inimigo temporário, assim, a então cidade pacata vira um verdadeiro campo de batalha.
           Posso citar ainda as pessoas repugnantes, invejosas, desagradáveis, maldosas e sem caráter que vivem por lá. Pessoas que simplesmente não suportam ver a felicidade de ninguém, e fazem de tudo para sabotá-la. 
        Por outro lado, minha terra possui algo que mais nenhuma outra possui: minhas raízes estão completamente fincadas neste lugar. Foi lá que eu me criei, foram naquelas ruas antigas que eu brinquei, que eu corri durante praticamente toda minha infância. Foi lá que eu conheci e convivi com as pessoas que deram uma certa contribuição para o que eu sou hoje.
        É lá que vivem meus queridos avós, tios, primos, amigos e pessoas das quais não sou muito próxima, mas que também têm meu respeito... Gente humilde, gente boa, gente feliz. E pra ser sincera a casa de lá é o único lugar no qual eu realmente me sinto a vontade. Tem também a tranquilidade, o sossego, o ar puro, as frutas frescas, a sombra, os açudes, a terra, a sensação de paz que o lugar transmite...   
       É! minha terra pode ter sim, inúmeros defeitos e desvantagens, porém, não há lugar no mundo que me faça mais feliz.



Larissa Oliveira,   de Alagoinhas-Ba